A fábula de Europa: mito e alegoria nos Desmaios de Maio em sombras do Mondego

Abstract

O mito de Europa, cantado em oitava rima na novela de Diogo Ferreira de Figueiroa, Desmaios de Maio (1635), representa uma significativa permanência das características do género pastoril, actualizando o texto das Metamorfoses. Por outro lado, coloca-se ao serviço da construção e da legitimação da ficção romanesca barroca: pela expansão do mito clássico, ampliando, descrevendo e narrando; pela leitura alegórica de carácter exemplar; pelo extremo visualismo e pelo recurso ao discurso emblemático.

The myth of Europe, in the Diogo Ferreira de Figueiroa’s novel, Desmaios de Maio (1635) represents a significant permanence of the characteristics of the pastoral genre, updating the Metamorphosis text. On the other hand, it is put to service of the construction and legitimation of the Romanesque and Baroque fiction: by the increase of the classic myth, expanding, describing and narrating; by the allegoric and the moral reading; by the extreme visualism and the emblematic discourse.