Utilidade: um exercício conceptual

Abstract

Este ensaio é uma investigação sobre o conceito de utilidade e os seus pressupostos na Filosofia e na tradição metodológica da Economia que partiu de categorias da Teoria da Acção e da Axiologia. Pretende mostrar as variações históricas dos conceitos de valor, de pulsões, necessidades e desejos, que fundaram a noção do útil em relação com a autoconservação da vida, desde a “revolução marginalista” da utilidade marginal e o seu conceito de equilíbrio da oferta e da procura do mercado até à erosão mais recente da sua posição central em virtude da expansão dos temas da auto‑organização, “propriedades emergentes” e teorias da complexidade, que exigem uma maior ponderação da diferença entre categorias da acção e categorias do sistema. O ensaio examina temas da relação entre individualismo e as teorias da utilidade.

This essay is an investigation on the concept of utility and its philosophical underpinnings and the methodological tradition of Economics that evolved from the categories of the Action Theory and Axiology. From the “marginalist revolution” of the marginal utility and its concept of equilibrium of the market’s supply and demand till the recent erosion of its central position due to the expansion of the themes of self‑organization, “emergent properties” and the theories of complexity demanding a richer enquiry of the distinction between categories of action and systemic categories, the essay tries to explain the historical transformation of the concepts of value, drives, needs and wants which defined the utility connected to the self‑preservation of Life. The essay addresses issues related to the association of individualism and the utility theories.