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https://hdl.handle.net/10316.2/32324
Title: | O problema da consciência em Bombarda | Authors: | Curado, José Manuel | Issue Date: | 2006 | Publisher: | Imprensa da Universidade de Coimbra | Journal: | http://hdl.handle.net/10316.2/2561 | Abstract: | In his book about human conscience, Bombarda expresses the perplexities of the majority
of nineteenth century intellectuals as far as this subject is concerned. This theory of conscience guarantees
his author not being surprised by human being’s behaviour. Conscience and freedom are two well-spread illusions all over the world. A sign of the illusory character of conscience is revealed in its incapacity to
understand that behaviour is determined and not free.
Bombarda disbelieves the transparency of conscience to itself because he fully believes in the transparency
of the human being in the light of rational enquiry. If we consider natural science as a faithful description
of the world, how can we include conscience in that description? The slogan is repeated several times:
conscience is a causally impotent epiphenomenon. Conscience emerges as an accessory of more fundamental
biological processes.
Bombarda is aware of the problem of causal impotence of mental over neurological or physical
aspects.
If it is possible to explain all human behaviour in the absence of conscience why, in fact, is it present at
all? Illusion emerges as the only answer. The obvious scientific question is: why did evolution take the trouble
of attributing that characteristic to the most complex and developed species? This seems to be a scandalous
contradiction in the evolution sense. The presence of conscience in the human being would be a sign of
imperfection, a disadvantage animals would be happily lacking! The fact that humans live accompanied
by conscience means that life is something for them; they experience in a certain way. Bombarda does not
analyse the content of experience and does not realize that it could be different. If there is no reason to
justify the existence of conscience, the way of experiencing its contents could be different. What human
beings experience as pain could be experienced as pleasure, if pain is illusory and causally impotent to
change behaviour. This is the problem Bombarda does not manage to understand:
Even if conscience is in fact illusory, the existence of illusion is a problem of natural science that is
worth being explained in detail. Bombarda foi autor de um livro sobre a consciência humana em que expõe as perplexidades de boa parte dos intelectuais do século xix perante esse assunto. Esta teoria da consciência garante ao seu autor não ser surpreendido pelo comportamento dos seres humanos. A consciência e a liberdade são duas ilusões muito espalhadas pelo mundo. Um sinal de como a consciência é ilusória revela-se na sua incapacidade de compreender como o comportamento é determinado e não livre. Bombarda não acredita na transparência da consciência a si mesma porque é um crente total na transparência do humano à luz do inquérito racional. Se considerarmos a ciência natural como uma descrição fiel do mundo, como incluir a consciência dentro dessa descrição? O slogan é repetido muitas vezes: a consciência é um epifenómeno causalmente impotente. A consciência surge como acessório de processos biológicos mais fundamentais. Bombarda apercebe-se do problema da impotência causal do mental sobre o neurológico ou sobre o nível físico. Se é possível explicar todo o comportamento humano na ausência da consciência, por que razão está de todo presente? A ilusão surge como única resposta. A pergunta científica óbvia é a de por que razão a evolução se deu ao trabalho de colocar na espécie mais evoluída e complexa essa característica. Isto parece ser uma contradição flagrante no sentido da evolução. A presença da consciência nos seres humanos seria um indício de imperfeição, um contratempo do qual os animais estariam felizmente privados! O facto de os humanos viverem acompanhados pela consciência significa que a vida é alguma coisa para eles; experienciam de um determinado modo. Bombarda não equaciona o conteúdo da experiência nem se apercebe de que poderia ser diferente. Se não existe nenhuma razão que justifique a existência da consciência, o modo de experienciar os seus conteúdos poderia ser diferente. O que os humanos experienciam como dor, se a experiência da dor é ilusória e se é causalmente impotente para alterar o comportamento, poderiam experienciar como prazer. Este é o problema que Bombarda não consegue compreender: mesmo que a consciência seja ilusória, a existência da ilusão é um problema da ciência natural que merece ser explicado com detalhe. |
URI: | https://hdl.handle.net/10316.2/32324 | ISBN: | 978-989-26-0362-9 (PDF) | DOI: | 10.14195/978-989-26-0362-9_11 | Rights: | open access |
Appears in Collections: | Miguel Bombarda e as singularidades de uma época: 1851-1910 |
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