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Title: Para uma (re)definição da sufixação no Português Europeu: a adjunção prosódica do enclítico’
Authors: Luís, Ana R.
Keywords: prosodic words;enclitics;suffixes;pronouns;prosodic domains;adjunction;incorporation;morphophonology;palavras prosódicas;enclíticos;pronomes;sufixos;domínios prosódicos;adjunção;incorporação;morfofonologia
Issue Date: 2009
Publisher: Faculdade de Letras da Universidade de Coimbra
Abstract: Os pronomes enclíticos do Português Europeu apresentam propriedades tipicamente flexionais, mas bloqueiam regras fonológicas do domínio interno da palavra morfológica (Luís 2004, 2006). Este desencontro entre propriedades fonológicas e morfológicas tem sido interpretado por alguns autores como prova empírica do estatuto sintagmático ou pós-lexical dos referidos enclíticos (Vigário 2003, Anderson 2005). Estudos mais recentes, contudo, revelaram que os enclíticos constituem, na verdade, unidades lexicais, mais precisamente, sufixos flexionais. Logo, a não-aplicação de regras fonológicas situa-se forçosamente na componente morfológica. Em sintonia com esta hipótese, o presente artigo defenderá que o comportamento fonológico dos enclíticos não decorre do seu estatuto gramatical, mas antes do seu grau de integração prosódica. No âmbito da teoria dos domínios prosódicos (Nespor&Vogel 1986, Selkirk 1995, Booij 1996), pretendo demonstrar que existem duas classes (prosodicamente distintas) de sufixos átonos: por um lado, sufixos incorporados, que integram lexicalmente na Palavra Prosódica através do processo de incorporação (ex.: os sufixos flexionais e derivacionais); por outro, sufixos adjuntos, que integram lexicalmente na Palavra Prosódica através do processo de adjunção (ex.: os enclíticos pronominais). O processo de adjunção posiciona os enclíticos fora do domínio interno da Palavra Prosódica mínima, ou seja, fora do domínio de aplicação das regras lexicais regulares, permitindo assim explicar os bloqueios fonológicos registados ao nível da sequência verboenclítico.
Enclitic pronouns in European Portuguese exhibit a notoriously complex mismatch between their inflectional and phonological properties (Luís 2004, 2006). Enclitics pronouns behave morphologically like verbal suffixes, but systematically violate typical word-internal phonology. To some, such phonological behaviour constitutes evidence in favour of the claim that enclitics are postlexical (i.e., phrasal) units (Vigário 2003, Anderson 2005). Closer observation of the data, however, reveals that enclitics behave morphologically like verbal suffixes, indicating that the phonological violations must be accounted for as lexical phenomena. I therefore argue that it is the degree of prosodic integration, rather than the level of prosodic attachment, that triggers the systematic non-application of regular word-internal phonological rules. Adopting the prosodic domains theory (Nespor&Vogel 1986, Selkirk 1995, Booij 1996), I show that stressless suffixes in European Portuguese must be allowed to vary with respect to the way they integrate into the Prosodic Word: (a) regular suffixes (i.e., inflectional and derivational endings) incorporate into the Prosodic Word and (b) enclitic pronouns (e.g., -me, -te, -lhe, etc.) adjoin to the Prosodic Word. As adjoined suffixes, enclitics are positioned outside the inner Prosodic Word, namely outside the domain of application of the more regular word-internal phonological rules. This bipartite classification of stressless suffixes therefore nicely captures the complex mismatch between the phonology and morphology of enclitic pronouns.
URI: https://hdl.handle.net/10316.2/32767
ISSN: 0870-4112
DOI: 10.14195/0870-4112_7_20
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