Please use this identifier to cite or link to this item: https://hdl.handle.net/10316.2/35588
Title: A Filosofia da religião em David Hume: teísmo, ateísmo ou deísmo?
Authors: Dimas, Samuel
Keywords: pure theism;superstitious theism;atheism;deism;creation;polytheism;original providence;particular providence;anthropomorphisation;philosophy of religion;God;teísmo puro;teísmo supersticioso;ateísmo;deísmo;criação;politeísmo;Providência original;providência particular;antropomorfização;religião filosófica;Deus
Issue Date: 2014
Publisher: Faculdade de Letras da Universidade de Coimbra, Instituto de Estudos Filosóficos
Abstract: Na sua filosofia da religião, David Hume faz a distinção entre teísmo genuíno, que corresponde à afirmação de que toda a estrutura da natureza indica um Ser Supremo, autor inteligente e criador da ordem do Mundo, e teísmo supersticioso, que corresponde à crença do politeísmo idólatra na ação servil e familiar dos poderes superiores, descritos de forma antropomórfica com paixões e apetites, membros e órgãos humanos. A partir desta distinção procuraremos mostrar que na obra deste autor não está em causa a essencial verdade religiosa acerca da existência de Deus, que surge à razão como óbvia, mas sim a conceção antropomórfica dos atributos divinos e a sua adequada cognoscibilidade, bem como a forma das religiões conceberem a relação providencial com as criaturas no sentido da suprema justiça e da instauração de um futuro perfeito de integral redenção. Só é possível afirmar da causa divina aquilo que se pode inferir da experiência que fazemos dos seus efeitos Assim, consideraremos que a sua posição não é de ateísmo, no sentido etimológico do termo, mas sim de deísmo, no sentido de se inferir racionalmente a partir dos efeitos a existência da Divindade, como causa última de toda a ordem natural, sem, no entanto, ser possível a compreensão filosófica da sua incomensurável essencialidade, ficando o seu obscuro e contraditório discurso remetido para o plano da fé.
In his philosophy of religion, David Hume makes the distinction between genuine theism, that corresponds to the affirmation that the entire structure of nature indicates a Supreme Being, an intelligent designer and creator of order in the world, and superstitious theism, that corresponds to the belief in idolatrous polytheism based on the servile and familiar actions of superior powers described in an anthropomorphic form, with human passions and appetites, members and organs. From this distinction, we aim to demonstrate that the work of this author does not put at stake the essential religious truth in what concerns as regards the existence of God, which emerges to reason as obvious, but instead questions the anthropomorphic conception of divine attributes and its cognoscible appropriateness as well as the way in which religions conceive their providential relationship with their creatures on the scope of supreme justice and the enactment of a perfect future of integral redemption. It is only possible to affirm the divine cause from inferences o that are taken out from the experience that we make of its effects. Hence, we do not consider that his position falls under the auspices of atheism, in the etymologic meaning of the term, but rather represents deism in the sense of rationally inferring based upon the effects of a Divinity existence as the ultimate cause for the entire extent of the natural order, without which it’s impossible a philosophical comprehension of its incommensurable essentiality leaving to obscure and contradictory discourse to the domain of faith.
URI: https://hdl.handle.net/10316.2/35588
ISSN: 0872-0851
DOI: 10.14195/0872-0851_46_9
Appears in Collections:Revista Filosófica de Coimbra

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