A(s) crise(s) da Europa: uma visão comparativa entre guerras

Abstract

Este estudo intitulado A(s) Crise(s) da Europa. Uma Visão comparativa entre guerras pretende reflectir sobre os caminhos europeus trilhados após cada conflito mundial, em que a situação de crise provocou uma mudança na evolução da História. Cada momento de crise foi resolvido de forma diferente, aproveitando as lições do passado, para encontrar o equilíbrio entre o ideal e o possível, ou, a “utopia” realizável do sonho europeu. No período entre as duas guerras a unidade europeia é proposta com todo o fôlego, por europeístas como Coudenhove-Kalergi, na sua Paneuropa, cujo fim seria a instituição de uma “união paneuropeia” entre os povos europeus, na linha do sonho dos Estados Unidos da Europa anunciado, muito antes, por escritores como Victor Hugo. A “união federal europeia” não passaria de um projecto político de Aristides Briand, mostrando que a construção europeia só seria realizável pelo “método dos pequenos passos”, proposto por Robert Schuman, inspirado nas reflexões sobre as crises europeias de Jean Monnet. A Europa sempre viveu e sobreviveu de crises, a última, para resolver o projecto de constituição, cuja solução seria o Tratado de Lisboa. Será a crise o motor da Construção europeia?

Cette étude intitulé La(es) crise(s) de l’Europe. Une étude comparative entre guerres vise réfléchir sur les voies européennes prises après chaque conflit mondial, dans lesquelles la crise a provoqué un changement dans l’évolution de l’Histoire. Chaque moment de crise a été résolu différemment, tirant parti des leçons du passé, pour trouver l’équilibre entre l’idéal et le possible, ou l’«utopie» faisable du rêve européen. Dans la période entre les deux guerres, l’unité européenne est proposé par européanistes comme Coudenhove-Kalergi, dans son Paneuropa, dont le but serait l’établissement d’une «union pan- européenne » parmi les peuples européens, dans le sens du rêve des États-Unis d’Europe, prévenu bien avant, par des écrivains comme Victor Hugo. L’«union fédérale européenne» ne serait pas plus qu’un projet politique d’Aristide Briand, montrant que la construction européenne ne serait possible que grâce à «la méthode des petits pas», proposée par Robert Schuman, inspiré par les réflexions sur les crises européennes de Jean Monnet. L’Europe a toujours vécu et survécu de crises, la dernière, pour résoudre le projet de constitution, dont la solution serait le Traité de Lisbonne. Sera la crise le moteur de la Construction européenne?

This study is intituled The Crisis(es) in Europe. A comparative view among wars aims to reflect on the European paths taken after each world conflict, in which the situation of a crisis provoked a change in History’s evolution. Each moment of crisis was resolved in a different manner, taking advantage of the lessons of the past, to find the balance between the ideal and the possible or the doable “utopia” of the European dream. In the period between the two wars, European unity is proposed by Europeanists like Coudenhove-Kalergi, in his Paneuropa, whose aim would be the institution of a “Pan-European Union” among the European people, in the direction of the dream of the announced United States of Europe, much before, by writers like Victor Hugo. The “European Federal Union” would not be more than a political project of Aristides Briand, showing that the European construction was only possible through “the method of small steps”, proposed by Robert Schuman, inspired by the reflections on the European crisis of Jean Monnet. Europe always lived and survived crisis; the last served to resolve the constitution project, whose solution was the Treaty of Lisbon. Is crisis the engine of European construction?