Arte, evolução e revolução: Edmundo de Bettencourt e a vanguarda

Abstract

Recuperando a importância da figura de Edmundo de Bettencourt no cenário intelectual português das décadas de 1920 e 30, o objetivo deste artigo é questionar a tese da desfasagem temporal do surrealismo em Portugal bem como o argumento da sua sucessão cronológica ao Neo-Realismo. A apreciação da trajetória crítica e literária de Edmundo de Bettencourt mostra-se fundamental para uma possível revisão dos desdobramentos do pensamento e das manifestações artísticas em Portugal na primeira metade do século XX, uma vez que não só inverte os elementos da cronologia comum, mas, principalmente, revela outros modos de interpretação e compreensão para as definições e conceitos acerca dessas relações entre a arte e a coletividade.

Récupérant de l’importance de la figure d’Edmundo de Bettencourt dans le scenario intellectuel portugais des années 1920 et 30, le but de cet article est de questionner la thèse du décalage temporel du surréalisme au Portugal ainsi que l’argument de sa succession chronologique au Néo-réalisme. L’évaluation de la trajectoire critique et littéraire d’Edmundo de Bettencourt est fondamentale pour une éventuelle révision des déroulements de la pensée et des manifestations artistiques au Portugal dans la première moitié du XXe siècle, une fois que les éléments de la chronologie commune ne sont pas inversés, mais révèle, surtout, d’autres façons d’interprétation et de compréhension pour les définitions et concepts sur ces relations entre l’art et le collectivisme.

Recovering the importance of the figure of Edmundo de Bettencourt in the Portuguese intellectual scenery of the decades of 1920 and 30, the purpose of this article is to question the thesis of temporal lag of surrealism in Portugal as well as the argument of its chronological succession to Neo-Realism. The assessment of the critical and literary path of Edmundo de Bettencourt is fundamental for the possible revision of thought developments and artistic manifestations in Portugal in the first half of the 20th Century, since it does not only invert the elements of common chronology, but, mainly, reveals other ways of interpreting and understanding the definitions and concepts of those relations among art and collectivism.