Na procura de novos temas de História Contemporânea os Sokols ou Falcões Portugueses de Cabo Verde (1936-1939)

Abstract

O artigo analisa o ambiente cultural da cidade de Mindelo, entre 1932 e 1939, em torno do movimento associativo Os Falcões Portugueses de Cabo Verde, inspirado no ideário e na coreografia dos Sokols [Falcões] da Checoslováquia. A recriação dos itinerários dos Sokols na cidade colonial é guiada pela narrativa ficcional “Capitão de Mar e Terra”, de Henrique Teixeira de Sousa, num confronto crítico com as fontes documentais. Problematiza-se o resgate da história pela narrativa ficcional e histórica. Não obstante a liberdade discursiva do romance e a incompletude das fontes conclui-se que os Sokols seduziram a “cidade do Porto Grande” com a imagética paramilitar e a defesa da “liberdade dentro da ordem”.

L’article analyse l’environnent culturel de la ville de Mindelo entre 1932 et 1939 autour du mouvement associatif Os Falcões Portugueses de Cabo Verde, inspiré dans l’idéal et la chorégraphie des Sokols [Falcons] de la Tchécoslovaquie. La recréation des itinéraires des Sokols dans la ville coloniale est orientée par la narrative fictionnelle «Capitão de Mar e Terra», d’Henrique Teixeira de Sousa, dans une confrontation critique avec les sources documentales. Nous problématisons la récupération de l’histoire par la narrative fictionnelle et historique. Malgré la liberté discursive du roman et l’inachèvement des sources, on peut conclure que les Sokols ont séduit la «ville du Grand Port» avec l’imagerie paramilitaire et la défense de la «liberté dans l’ordre».

The paper analyses the cultural environment in the city of Mindelo, between 1932 and 1939, and the associative movement of the Portuguese Falcons of Cape Verde, inspired by the ideologies and choreography of the Sokols [Falcons] of Czechoslovakia. The itineraries of the Sokols in the colonial city are recreated on the basis of the fictional narrative “Capitão de Mar e Terra”, by Henrique Teixeira de Sousa, by comparing documental sources. The rescue of History by the fictional and historic narrative is discussed. Notwithstanding the discursive freedom of the romance and the incompleteness of the sources, one concludes that Sokols seduced the ‘city of Porto Grande’ with paramilitary imagery and the support of ‘freedom within order’.