Please use this identifier to cite or link to this item: https://hdl.handle.net/10316.2/36802
Title: A União Europeia e a política social: parâmetros, perplexidades e perspetivas
Other Titles: The European Union and social policy: parameters, perplexities and perspectives
L’Union Européenne et la politique sociale: parametres, perplexites et perspectives
Authors: Silva, António Martins da
Keywords: Social policy of the European Union;Community policies;social and democratic Europe;social model;European federation;Politique sociale de l’Union Européenne;Politiques communautaires;Europe sociale et démocratie;Modèle social;Fédération européenne;Política social da União Europeia;Políticas comunitárias;Europa social e democracia;Modelo social e Federação europeia
Issue Date: 2013
Publisher: Imprensa da Universidade de Coimbra
Abstract: Uma política social comunitária não esteve no centro das preocupações dos pais fundadores da integração europeia. Foi implementada incrementalmente por força da dinâmica da construção do mercado comum (da liberdade de circulação dos trabalhadores) e só tardiamente, nos anos 90, com o Tratado de Maastricht e reformas subsequentes, ganharia algum peso institucional, sendo dotada, recentemente, de autonomia formal no espectro das políticas da União Europeia. Contudo, apesar de alguns progressos na agilização das decisões e no alargamento do alcance jurídico e material, a política social, sendo território soberano dominante dos estados membros, permanece como parente pobre da União: as atribuições europeias nesta matéria são limitadas, os recursos financeiros muito parcos, os processos decisórios pouco flexíveis. A ausência de vontade política, traduzida na dificuldade recorrente de obtenção de consensos, tolhe ainda a margem de manobra europeia, conferida pelos tratados, para agir numa área tão sensível, gravemente deteriorada pelas repercussões da presente crise. Perante este sombrio panorama, que perspetivas se colocam à União para inverter positivamente esta situação? Poderá a UE evoluir para um modelo social que configure um denominador de base comum e complemente substantivamente os sistemas nacionais, lá onde a ação comunitária é mais necessária e premente? No ponto a que chegou, poderá a Europa da União ser viável e eficaz sem se tornar mais unida e mais solidária, mais social e mais democrática, mais política e mais federal – se não com todos, com aqueles que estiverem disponíveis? Sejam quais forem as respostas às inadiáveis carências do presente e aos desafios estratégicos da União no futuro, colmatar o défice social daUnião é condição necessária para atacar o tão apregoado défice democrático europeu: sem uma forte vertente social, a construção europeia pouco sentido tem para os cidadãos; e sem emprego estável e política solidária não há democracia que resista.
La politique sociale communautaire n’était pas au centre des préoccupations des pères fondateurs de l’intégration européenne. Elle fût mise en oeuvre de façon croissante fruit de la dynamique de la construction du marché commun (de la liberté de circulation des travailleurs) et ce n’est que plus tardivement, dans les années 90, avec le Traité de Maastricht et les réformes subséquentes, qu’elle gagna un certain poids institutionnel, étant dotée, récemment, d’une autonomie formelle dans le spectre des politiques de l’Union Européenne. Cependant, malgré certains progrès au niveau de l’accélération des décisions et de l’élargissement de la portée juridique et matérielle, la politique sociale, étant un territoire souverain dominant des états membres, demeure comme le parent pauvre de l’Union: les attributions européennes en cette matière sont limitées, les ressources financières sont très réduites, les procédures décisionnelles très peu flexibles. L’absence de volonté politique, traduite dans la difficulté récurrente d’obtention de consensus, fige encore davantage la marge de manoeuvre européenne, conférée par les traités, afin d’agir dans un domaine aussi sensible, gravement détériorée par les répercussions de l’actuelle crise. Face à ce sombre panorama, quelles sont les perspectives de l’Union afin d’inverser de façon positive cette situation? L’UE pourrait-elle évoluer vers un modèle social qui configurerait un dénominateur de base commun et complèterait de façon substantive les systèmes nationaux, là où l’action communautaire est la plus nécessaire et urgente? Au point où elle en est arrivée, est-ce que l’Europe de l’Union pourrait être viable et efficace sans devenir plus unie et solidaire, plus sociale et plus démocratique, plus politique et plus fédérale – si ce n’est avec tous, au moins avec ceux qui seront disponibles ? Quelles que soient les réponses données aux carences du présent qui ne sauraient être ajournées et aux défis stratégiques de l’Union dans le futur, colmater le déficit social de l’Union est la condition nécessaire afin d’attaquer le déficit démocratique européen tellement décrié: sans un volet social important, la construction européenne aura peu de sens pour les citoyens; et sans emploi stable et une politique solidaire, aucune démocratie ne peut résister.
A social policy of the European Community was not at the heart of the concerns of the founding fathers of the European integration. It was implemented incrementally by virtue of the dynamics of the development of the common market (of the free movement of workers) and, late in the 1990s, with the Maastricht Treaty and subsequent reforms, gained some institutional ground. Recently it was endowed with formal autonomy on the spectrum of the policies of the European Union. However, in spite of some progress achieved in facilitating decision-making and expanding the legal and material scope, social policy, which is the dominant sovereign territory of the Member States, is still the poor relation of the Union: the European remit herein is limited, financial resources are scarce, and decision-making processes are not very flexible. The absence of political will, translated into the recurrent difficulty of obtaining consensuses, to the detriment the European leeway, granted by the treaties, to act in such a sensitive area, seriously deteriorated by the repercussions of the current crisis. Faced with this dim scenario, what are the prospects for the Union to reverse this trend? Can the EU evolve towards a social model with a common denominator and which complements substantially the national systems, where community action is most needed and urgent? At this stage, can the European Union be viable and efficient without becoming more united and jointly liable, more social and more democratic, more political and more federal – if not with everyone at least with those who are available? Regardless of the answers to the critical needs arising and to the strategic challenges of the Union in the future, to fill in the social gap of the Union is a requirement for addressing the much-vaunted Europeandesenvoldemocratic deficit: without a strong social dimension, the European construction will make little sense to citizens; and without stable jobs and a policy of solidarity no democracy will resist.
URI: https://hdl.handle.net/10316.2/36802
ISSN: 1645-3530
1647-8622 (digital)
DOI: 10.14195/1647-8622_13_9
Appears in Collections:Revista Estudos do Século XX

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