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Title: Sentido ético do perdão em Paul Ricoeur: perdoar o imperdoável
Other Titles: Ethical sense of forgiveness in Paul Ricoeur: forgiving the unforgivable
Authors: Saldanha, Fernando Acílio
Keywords: evil;revenge;justice;forgiveness;mal;vingança;justiça;perdão
Issue Date: 2016
Publisher: Imprensa da Universidade de Coimbra
Journal: http://hdl.handle.net/10316.2/38776
Abstract: Given that revenge only reinforces the spiral of evil, it is not a good way of responding to the aggressions of which we can be victims. Justice, on the other hand, is faced with its limitations and the inability to be fair when, facing immense crimes such as genocide, equivalence between crime and punishment is not possible. Maybe that is why, at least in certain situations, the best way to deal with evil is forgiveness, which is a hard, exceptional gesture, of an extreme generosity and a gesture that belongs to a logic of superabundance and gift. It only expresses fully its direction and its superiority against the backdrop of evil, in its relation with the unforgivable. Aware that there was loss and that this loss is irreparable, he who forgives, without mistaking the evil deed with its agent and now finding himself in the right, and even in the duty to punish, renounces to do so and, in an extraordinary wager of recognition in the regenerative capacities of the human being, frees the other from the debt to himself and frees himself of resentment towards the other.
A vingança, porque não faz mais do que reforçar a espiral da maldade, não é uma boa forma de resposta à agressão de que se é vítima. A justiça, por sua vez, depara‑se com as suas limitações e a impossibilidade de ser justa quando, face a crimes imensos como o genocídio, não é possível a equivalência entre crime e pena. É talvez por isso que, pelo menos em certas situações, a melhor forma de lidar com o mal seja o perdão que, gesto difícil, excecional, de uma generosidade extrema e inscrevendo‑se numa lógica da superabundância e do dom, só manifesta plenamente o seu sentido e a altura a que se situa face à baixeza do mal, na sua relação com o imperdoável. Consciente de que houve perda e de que essa perda é irreparável, aquele que perdoa, sem confundir o ato mau com o seu agente e achando‑se agora no direito e também mesmo no dever de punir este, renuncia a fazê‑lo e, num voto extraordinário de reconhecimento nas capacidades regeneradoras do ser humano, liberta‑o da dívida para consigo e liberta‑se a si do ressentimento para com ele.
URI: https://hdl.handle.net/10316.2/38788
ISBN: 978-989-26-1090-0
978-989-26-1091-7 (PDF)
DOI: 10.14195/978-989-26-1091-7_9
Rights: open access
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