Viseu – do governo condal ao reinado de D. Afonso Henriques (1096-1185): a renovação de um perfil urbano

Abstract

Este artigo pretende analisar o papel exercido pela cidade de Viseu no quadro político, militar e religioso do governo condal de D. Henrique e de D. Teresa, abordando com particular acuidade as consequências da acção governativa dos condes na reorganização urbana de Viseu e das suas instituições, bem como no seu reposicionamento no quadro geo-estratégico e eclesiástico de Undecentos. Sede da corte condal e defesa avançada da linha das fortalezas durienses e das localidades do litoral, Viseu ganhou projecção e viu reconfirmada a sua importância no xadrez político e religioso do novo reino iniciado por D. Afonso Henriques, através da restauração do seu estatuto de sede episcopal e da reconfirmação do seu quadro normativo concelhio fortemente marcado pelos dois principais poderes actuantes na cidade: a Sé catedral e o concelho municipal.

This paper proposes to analyse the part played by the city of Viseu in the political, military and religious framework of the court of count and countess D. Henrique and D. Teresa, focusing in particular on the impact of their governance on the new urban planning of Viseu and of its institutions, as well as its repositioning in the geo-strategic and ecclesiastical framework of the XI century. As the headquarters of the counts’ court and advanced defence of the line of fortresses along the Douro river and of the coastal settlements, Viseu earned projection and its position on the political and religious chess-board of the recently crowned D. Afonso Henriques was enhanced, after it retrieved its status as Episcopal headquarters and reinstated its municipal regulatory framework marked by the city’s two core powers: the Cathedral and the municipal council.