A question of birds: Poe and Baudelaire

Abstract

Poe and Baudelaire produced famous birds: the Raven for Poe, the swan and albatross for Baudelaire. By looking closely at how these birds function textually, we can get a better grasp of how European and American poetry itself changed in the nineteenth century, evolving from distinctly romantic imagery and tone, to experimentation in versification, content, and tropes. These ornithological icons, in other words, demonstrate how the poetics of each poet is developed, in confronting the increasingly insistent demands of modernity. The essay also argues that there is a cumulative progression of poetics in Baudelaire, who draws from and translates Poe. Among many other aspects, Baudelaire drew from Poe’s idea of the prose poem and of the importance of melancholy. The evolution in the notion and role of poetry can be discerned by looking at the tropes and figuration of the bird that each poet images.

Poe e Baudelaire criaram pássaros que ficaram famosos: o corvo de Poe, o cisne e o albatroz de Baudelaire. Uma investigação detalhada da forma como os pássaros funcionam a nível textual ajuda-nos a entender como a poesia europeia e americana evoluiu ao longo do século 19, da imagética e tom românticos à experimentação em termos de versificação, conteúdo e tropos. Ou seja, estes ícones ornitológicos demonstram o modo como a poética de cada um dos autores se alterou face às exigências cada vez maiores da modernidade. O artigo argumenta também que se verifica uma progressão cumulativa da poética em Baudelaire, tradutor de Poe e influenciado por ele. Baudelaire foi buscar a Poe a ideia do poema em prosa e da importância da melancolia. Os tropos e figurações dos pássaros na poesia destes autores é, assim, um bom indicador da evolução do conceito e função da poesia.