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https://hdl.handle.net/10316.2/43087
Title: | De la démocratie: questions de concepts et de méthode | Authors: | Contogeorgis, Georges | Keywords: | Democracy;Political system;Society;Citizenship;Monarchy;Démocratie;Système politique;Société;Citoyenneté;Monarchie;Democracia;Sistema político;Sociedade;Cidadania;Monarquia | Issue Date: | 2017 | Publisher: | Imprensa da Universidade de Coimbra | Abstract: | Por ignorância, mas também partindo de uma perspetiva profundamente oligárquica, a modernidade procurou desde o início classificar o seu sistema político entre as democracias, afirmando ter realizado um milagre: que a monarquia simplesmente eletiva seja ao mesmo tempo um sistema representativo e democrático, apesar de não ser nem uma coisa nem outra e que, em todo o caso, estes dois sistemas são incompatíveis entre si.
Na democracia, o sistema político pertence à sociedade dos cidadãos, que passa a ser deste modo uma instituição constitutiva da politeia, um demos. Ao mesmo tempo, a sociedade dos cidadãos possui toda a competência política, governa-se a si própria. Nos antípodas, actualmente, o sistema político é detido pelo Estado em geral, incluindo a soberania política. Na democracia, a sociedade é um demos; hoje ela é apenas uma característica (extra-politeia). A democracia também difere da representação. Nestas duas politeias, a sociedade dos cidadãos é um demos, uma instituição/parte integrante da politeia. No entanto, na representação, ela só possui a qualidade de mandante, enquanto as competências do mandatário pertencem ao detentor do poder político. Por conseguinte, a representação e a democracia não podem coexistir no seio do mesmo país.
Como sistema, a democracia não é uma finalidade em si. Ela é o sistema que visa a realização da liberdade global (individual, social e política). Por esse motivo, situa-se nos antípodas da monarquia eletiva moderna, cuja finalidade é a liberdade individual e um corpo de direitos sociais e políticos. Par ignorance, mais aussi en raison d’un point de départ profondément oligarchique, la modernité a dès le début entrepris de classer son système politique parmi les démocraties, en prétendant avoir accompli un miracle: que la monarchie simplement élective soit un système à la fois représentatif et démocratique, alors qu’elle n’est ni l’un ni l’autre et que, en tout cas, ces deux systèmes sont incompatibles l’un avec l’autre. Dans la démocratie, le système politique appartient à la société des citoyens, qui devient ainsi une institution constitutive de la politéia, un démos. En même temps, la société des citoyens possède toute la compétence politique, elle s’autogouverne. Aux antipodes, de nos jours, le système politique est détenu par l’État dans son ensemble, y compris la souveraineté politique. Dans la démocratie, la société est un démos; aujourd’hui, elle est un simple particulier (extra-politéien). La démocratie diffère également de la représentation. Dans ces deux politéias, la société des citoyens est un démos, une institution/partie prenante de la politéia. Mais dans la représentation, elle possède seulement la qualité de mandant, alors que les compétences du mandataire appartiennent au détenteur du pouvoir politique. C’est pourquoi la représentation et la démocratie ne peuvent coexister dans le même pays. En tant que système, la démocratie n’est pas une finalité en soi. Elle est le système qui vise à la réalisation de la liberté globale (individuelle, sociale et politique). C’est pourquoi elle se situe aux antipodes de la monarchie élective moderne, dont la finalité est la liberté individuelle et un corps de droits sociaux et politiques. Due to ignorance, but also as a result of a deeply oligarchic starting point, modernity sought to classify from the start its political system among the democracies, claiming to have accomplished a miracle: to have an electoral monarchy which is both representative and democratic, whereas it is neither and, anyhow, both systems are incompatible with each other. In democracy, the political system belongs to the society of citizens, which is thus an institution that makes up the politeia, a demos. At the same time, the society of citizens enjoys political power, governing itself. Quite on the opposite, nowadays the political system is held by the State in general, political sovereignty included. Society is a demos in democracy; today it is only a characteristic (an extrapoliteia). Democracy is also not the same as representation. In these two politeias, citizens’ society is a demos, an institution/part of the politeia. In representation, however, it only functions as principal, whereas the powers of agent are held by the political power. Which is why representation and democracy cannot coexist in the same country. As a system, democracy is not an end in itself. It is the system that aims to achieve total freedom (individual, social and political). Which is why it is on the opposite end of the modern elective monarchy, the overall aim of which is personal freedom and a body of social and political rights. |
URI: | https://hdl.handle.net/10316.2/43087 | ISSN: | 1647-8622 (digital) 1645-3530 |
DOI: | 10.14195/1647-8622_17_1 | Rights: | open access |
Appears in Collections: | Revista Estudos do Século XX |
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