Territórios de medo e privatização da segurança na Europa

Abstract

A crise de refugiados; o terrorismo; os fluxos que escapam à regulação; as desigualdades; a desconstrução da comunidade familiar e a suspeição perante Estados a gerir restrições orçamentais, estão entre os fatores que aumentaram a desconfiança na Europa. O levantamento de muros; a difusão de um urbanismo defensivo e a privatização da segurança constituem uma tendência em muitos países europeus. É nesse sentido que, em diferentes escalas geográficas, uma Europa agora menos coesa se vai estruturando em territórios de medo que têm levado a processos de confinamento e atomização social e ao aumento das distâncias entre os cidadãos.

The 2015 refugee crisis; the realization that the risk of terrorism in Europe is now greater; the increasing intensity of flows that escape regulatory instruments; the deepening of inequalities; the deconstruction of the traditional idea of family community, and the suspicion of states managing budgetary constraints, are among the factors that increase distrust and promote self-closing attitudes. The lifting of material and immaterial walls and barriers that fragment space; the diffusion of safe urban planning, such as closed condominiums, as well as the expansion of the economy of private surveillance, control and protection of products and services, are among the most important issues in most European countries. It is in this sense that, at different geographical scales, a Europe, that is now less cohesive, is structured around territories of fear and mistrust that have led to the privatization of public space, to processes of confinement and social atomization and to the increase of distances between citizens.