Género e constituição de sujeitos políticos no contexto cubano: tensões entre enquadramento biopolítico e autonomia na mídia oficial

Abstract

Este artigo pretende discutir, no contexto cubano, as operações de enquadramento de gênero que tornam certos sujeitos e grupos reconhecíveis e valorizáveis, enquanto outros são claramente destituídos de respeito e consideração. Argumentamos que o desrespeito envolve a produção de narrativas e enunciados que traçam distinções valorativas entre modos de vida considerados dignos e aqueles amplamente percebidos como menosprezáveis. Nesse contexto, a autonomia envolve, assim, um jogo delicado de poder entre a invizibilização biopolítica de constrangimentos às ações dos sujeitos e a visibilização de experiências que não são totalmente identificadas pelos padrões de dominação. A partir de um acontecimento midiático recente, refletimos sobre a configuração política da opressão e da discussão sobre gênero em Cuba.

This paper discusses the political context in Cuba from the perspective of gender framing, which actions recognize and appreciate certain subjects and groups while others are clearly devoid of respect and consideration. We argue the disrespect involves the production of narratives and enunciates that have different valued distinction between lifestyles considered worthy and those understood how despicable. In this context, political autonomy involves a delicate power game. It represents the relation between those subject’s actions under biopolitical invisibilization of constraints and the experience visibilization that not be completely identified by domination ways. A recent example from Cuba official media helps us to think about political configuration of intersectional oppression of race, class, gender and sexuality in Cuba.