Para uma epistemologia da arqueologia

Abstract

O autor começa por discutir o problema da existência de leis ou regularidades transculturais na Arqueologia. Analisando o trabalho do arqueólogo, distingue e caracteriza os seguintes momentos: interpretação, inferência, classificação e explicação. Defende a manutenção do conceito arqueológico de “cultura” por entender que não foi ainda proposto outro mais operacional. Diminui a importância da teoria no estabelecimento dos factos e considera que esta intervem sobretudo no campo da explicação.

The author considers the theoretical debate about the formulation of laws or cross-cultural generalisations in archaeology. Examining the epistemology of the archaeological discourse, he distinguishes interpretation, deduction, classification and explanation. He advocates to maintain the archaeological concept of culture. Other concepts, such as horizon or configuration are examined, but that of culture is proposed as still best suited for the elaboration of archaeological discourse. The idea that data are theory-laden is criticized as maximalist epistemological position; theory is conceived as only involved in the explanation of facts, despite the historicity of all forms of interpretation and classification.