Portugal e o Concílio de Basileia

Abstract

O presente estudo sintetiza os principais aspectos e os condicionalismos do apoio dado ao Papa pelos embaixadores de D. João I e de D. Duarte e pela maior parte da representação eclesiástica portuguesa, sobretudo durante a permanência do concílio em Basileia e na primeira parte das suas sucessivas transferências para Ferrara-Florença-Roma. Apesar de as contrapartidas que os embaixadores régios pretendiam alcançar em relação ao problema da posse das Canárias terem sido neutralizadas pela diplomacia castelhana junto do Pontífice, a delegação eclesiástica, excepção feita da atitude do bispo de Viseu e, temporariamente, do bispo do Porto, deu-lhe um precioso apoio contra os conciliaristas, tanto em pleno concílio, como durante a embaixada papal a Constantinopla.

The present study summarizes the main aspects of and the conditionalisms on the support given to the Pope by D. João I and D. Duarte’s ambassadors, as well as the majority of the Portuguese delegation, especially during the stay of the Council in Basel and during the first part of its successive transfers to Ferrara- Florence-Rome. Although the concessions that the royal ambassadors wanted to secure, relating to the question of the possession of the Canary Islands had been neutralised by Castilian diplomacy close to the Pope, the ecclesiastical delegates - with the exception of the bishop of Viseu and, for a time, of the bishop of Oporto - gave the Pope invaluable support against the Conciliarists, both in the Council itself and during the papal embassy to Constantinople.