Please use this identifier to cite or link to this item: https://hdl.handle.net/10316.2/91042
Title: Katabasis e autossalvação na recriação do orfismo no Banquete de Platão
Other Titles: Katabasis and self-salvation in the recreation of the Orphism in Plato’s Symposium
Authors: Coutinho, Luciano
Keywords: Orphism;Plato;Recreation of Orphism;Katabasis;Self-salvation;Orfismo;Platão;Recriação do Orfismo;Katabasis;Autossalvação
Issue Date: 2017
Publisher: Imprensa da Universidade de Coimbra
Abstract: A temática de salvação da alma no Hades é bastante recorrente na tradição órfica. Platão recria esta imagem órfica, no Banquete, com o intuito de alterar a ideia órfica de salvação/resgate de uma alma (que é dada por uma divindade, nomeadamente Orfeu) em uma imagem que reforça sua teoria da responsabilidade psíquica, com a ideia de que cada psyche só pode salvar-se a si própria. Para tanto, a famosa descida de Orfeu para resgatar sua amada Eurídice da morte no Hades é alterada por Platão por uma imagem de completo fracasso: os deuses do Hades oferecem a Orfeu apenas o fantasma de Eurídice e não sua psyche, como quem paga ilusão com decepção. Ao tentar enganar as instâncias divinas com meros encantamentos superficiais, Orfeu recebe dos deuses o maior dos enganos: uma imagem fantasmagórica de sua amada. Tentaremos, neste trabalho, demonstrar como essa recriação platônica da katabasis e da salvação órficas sustenta a ideia de que nenhum ente teria o poder de salvar um outro ente da obscuridade, pois cada psyche só é capaz de salvar-se a si própria.
The topic of the soul’s salvation in Hades is very recurrent in the Orphic tradition. In the Symposium, Plato recreates this Orphic image in order to modify the Orphic idea of the soul’s salvation/rescue (which is given by a divinity, namely Orpheus) into an image that reinforces his theory of psychic responsibility, with the idea that any psyche is able of self-salvation. Therefore, the famous Orphic descent to Hades to rescue his beloved Eurydice from death is modified by Plato into an image of complete failure: the gods of Hades offer Orpheus only the ghost of Eurydice rather than her psyche, as if to pay illusion with deception. As he tried to deceive the divinities with superficial enchantments, Orpheus receives from the gods the biggest of all delusions: a phantasmagorical image of his beloved one. This paper aims to demonstrate how this platonic recreation of the orphic katabasis and the orphic salvation supports the idea that no entity would have the power to save another entity from obscurity, since every psyche is able of self-salvation.
URI: https://hdl.handle.net/10316.2/43368
ISSN: 2183-7260 (PDF)
0872-2110
DOI: 10.14195/2183-7260_62_2
Rights: open access
Appears in Collections:Boletim de Estudos Clássicos

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