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Title: «“(Sem) desígnio: o desenho”»: reler Mémoires d'Aveugle de Jacques Derrida
Authors: Michaud, Ginette
Keywords: Jacques Derrida;Philosophie;Déconstruction;Art;Esthétique;Dessin;Autobiographie;Jacques Derrida;Filosofia;Desconstrução;Arte;Estética;Desenho;Autobiografia
Issue Date: 2013
Publisher: Faculdade de Letras da Universidade de Coimbra, Instituto de Estudos Filosóficos
Abstract: A partir de uma conferência inédita de Jacques Derrida encontrada no espólio do IMEC e intitulada «“(Sem) Desígnio – O Desenho”», este texto intenta ler o projecto implementado pelo filósofo na exposição Memórias de Cego (cujo comissariado assegurou no Louvre em 1990‑1991) e no catálogo epónimo. Trata‑se de retraçar alguns dos traços mais incisivos, mais decisivos de Jacques Derrida a respeito do desenho, ele que vai sempre retirar, ou subtrair, o traço do desenho (traço, jacto, linha, figura gráfica) de todo o desígnio (intenção, ideia pré‑concebida ou formada, visada, especulação). Uma certa experiência do «rien à voir» [«nada a ver»], expressão entendida ao mesmo tempo no sentido do enceguecimento e da falta de relação, seria aqui a primeiríssima condição da relação de Derrida à coisa da arte. Retraçando os principais desafios mobilizados por Memórias de Cego, este texto integra assim as linhas de força da reflexão de Derrida relativamente à obra de arte e à sua maneira singular de nela se expor. O cego, o «ponto de vista» ab‑ocular, o «pensar a não ver» (Annali, 2005) – proposição cardinal de Derrida em relação à arte – revelam de facto uma outra maneira de apreender «a questão do ver e do dizer, da invisibilidade no coração do visível.»
Ce texte entreprend de relire, à partir d’une conférence inédite de Jacques Derrida retrouvée dans le fonds de l’IMEC et intitulée «“À Dessein, le Dessin”», le projet mis en oeuvre par le philosophe dans l’exposition Mémoires d’Aveugle (dont il assura le commissariat au Louvre en 1990- 1991) et le catalogue éponyme. Il s’agit de retracer quelques‑uns des traits les plus incisifs, les plus décisifs de Jacques Derrida au sujet du dessin, lui qui va toujours soutirer, ou soustraire, le trait du dessin (trait, jet, ligne, figure graphique) de tout dessein (intention, idée préconçue ou formée, visée, spéculation). Une certaine expérience du «rien à voir», expression entendue à la fois au sens de l’aveuglement et du manque de rapport, serait ici la toute première condition du rapport de Derrida à la chose de l’art. Retraçant les principaux enjeux mobilisés par Mémoires d’Aveugle, ce texte interroge donc les lignes de force de la réflexion de Derrida quant à l’oeuvre d’art et à sa manière singulière de s’y exposer. L’aveugle, le «point de vue» ab‑oculaire, le «penser à ne pas voir» (Annali, 2005) – proposition cardinale de Derrida à l’endroit de l’art – révèlent de fait une autre manière d’appréhender «la question du voir et du dire, de l’invisibilité au coeur du visible ».
URI: https://hdl.handle.net/10316.2/33423
ISSN: 0872-0851
DOI: 10.14195/0872-0851_43_3
Appears in Collections:Revista Filosófica de Coimbra

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