Para uma perspectiva da historiografia da cultura (1916-1958) Joaquim de Carvalho: metodologia e epistemologia (I)

Abstract

Joaquim de Carvalho, pioneiro em Portugal e o mais relevante historiador da cultura e da filosofia, em particular da «história das ideias», que o programa do idealismo objectivo lançara, procurou, indo da Modernidade, superar o positivismo e a aporia cientista a partir da concepção neokantiana que, na tradição das Kulturwissenschaften, não afastava o diálogo com a diversidade dos saberes empíricos e científico-naturais, mas exigia uma hermenêutica da historicidade dessa dialogia. O esboço epistémico racionalista, crítico e humanista, não teorizado em termos de um acesso sintético, será o maior contributo do universitário e livre espírito, numa República das Letras impossibilitada de se afirmar.

Joaquim de Carvalho, pionnier au Portugal et le plus important historien de la culture et de la philosophie, en particulier de l’«histoire des idées», que le programme de l’idéalisme objectif lança, a essayé, en partant de la Modernité, surmonter le positivisme et l’aporie scientifique à partir de la conception néo-kantienne qui, dans la tradition des Kulturwissens‑chaften, n’écartait pas le dialogue avec la diversité des savoirs empiriques et scientifico- naturels, mais exigeait une herméneutique de l’historicité de cette dialogique. Le dessin epistémico-rationaliste, critique et humaniste, non théorisé en termes d’accès synthétique, sera la plus grande contribution de l’universitaire et libre-esprit, dans une République des Lettres incapable de s’affirmer.

Joaquim de Carvalho, a pioneer in Portugal and the most important historian of culture and philosophy, in particular of ‘the history of ideas’, that the programme of objective idealism launched, sought, starting with Modernity, to overcome positivism and the scientific aporia from the neo-Kantian conception that, in the tradition of the Kulturwissenschaften, did not exclude the dialogue with very diverse empirical and scientific-natural knowledge, but required the hermeneutics of the historicity of such diaphora. The rationalist, critical and humanistic epistemic outline, not theorised in terms of a synthetic access, is the best input that an academic and free spirit can give, in a Arts Republic that cannot assert itself.