Please use this identifier to cite or link to this item: https://hdl.handle.net/10316.2/41348
Title: A minha vida não dava um filme: ensaio de desconstrução da reportagem entre a literatura e o jornalismo
Other Titles: My life is not like a movie; essay on descontruction of reporting between literature and journalisme
Authors: Godinho, Jacinto
Keywords: Report;journalism;literature;fiction;legein;Reportagem;jornalismo;literatura;ficção;legein
Issue Date: 2017
Publisher: Imprensa da Universidade de Coimbra
Journal: http://hdl.handle.net/10316.2/41340
Abstract: Apesar de ser considerada, entre os jornalistas, como a “arte nobre do jornalismo”, a reportagem tem sem dúvida um estatuto menor no painel das narrativas modernas, especialmente se a compararmos com as mais relevantes categorias da literatura (novela, conto, poema,) do cinema (filme, documentário) do teatro ou da música (ópera), por exemplo. Não que a reportagem seja uma narrativa menor (apesar de nos últimos anos ter vindo a ceder espaço nos media para o comentário), mas porque, ecoando Foucault, nas formações discursivas de cada época constitui-se uma escala de valores entre saberes originada a partir do jogo do poder. A cultura não celebra as reportagens e os seus autores da mesma forma que as ficções literárias e cinematográficas distinguidas com prémios de visibilidade planetária como o Nobel ou os Oscar. Fora do campo jornalístico não há reportagens que façam história, que figurem nos livros de escola. Em busca de estatuto, alguns repórteres tornam-se autores de livros de ficção. Outros publicam as suas reportagens em livros. Para muitos destes jornalistas o treino de escrita de reportagem é assumido, com orgulho, como um patamar essencial para se tornarem escritores, ou seja, praticam a reportagem como etapa antes da literatura. Mas não deveria ser antes o oposto, ou seja, o ensaio livre da literatura como antecâmara para a difícil, complexa e muito responsável escrita do real? Justifica-se, portanto, iniciar esta reflexão analítica com a pergunta já antes formulada por Elisabeth Eide em What novels can do, and journalism can not? ou seja o que conseguem as novelas que o jornalismo não consegue? Uma outra forma de colocar o problema é questionar por que dizemos normalmente “a minha vida dava um filme” e não dizemos “a minha vida dava uma reportagem”. Porque nunca conseguiram os repórteres ter lugar nos panteões da cultura se a matéria das suas histórias é a vida real e tantas vezes o alimento dos romancistas? Como resolver o paradoxo de o jornalismo e de o poder mediático serem centrais no espaço público moderno e mesmo assim não conseguirem “fazer ver e fazer falar” (Deleuze, 1986) as suas melhores obras na história?
URI: https://hdl.handle.net/10316.2/41348
ISBN: 978-989-26-1323-9
978-989-26-1324-6 (PDF)
DOI: 10.14195/978-989-26-1324-6_7
Rights: open access
Appears in Collections:Narrativa e Media: géneros, figuras e contextos

Files in This Item:
File Description SizeFormat 
a_minha_vida_nao_dava_um_filme.pdf2.11 MBAdobe PDFThumbnail
  
See online
Show full item record

Items in DSpace are protected by copyright, with all rights reserved, unless otherwise indicated.