Retrovisor

Abstract

Partindo da ideia de que a História de Arte é uma disciplina que, na abordagem da contemporaneidade, se encontra confinada a um período a que correspondem as grandes narrativas do moderno, o texto procura encontrar, a partir de dois exemplos históricos (de Tatlin e da história do ateliê de artista no século XIX) a possibilidade de conceber uma história de arte que não se constrói como grande narrativa, mas como pequenas narrativas de micro-acontecimentos. Seguindo uma matriz warburguiana, o conceito de micro-acontecimento é proposto como o reconhecimento de que a arte contemporânea segue uma performatividade que possui um correlato na possibilidade da Historia da Arte enquanto performatividade de zonas liminais, fora de um contexto estilístico.

Taking into account History of Art as a subject which, in the contemporary approach, is confined to a period to which the great narratives of the "modern" correspond, this article attempts to find, from two historical examples (Tatlin and the history of the artist's atelier in XIX century), the possibility of conceiving an idea of History of Art which cannot be built as a great narrative, but as small narrations of micro-events. According to the Warburguian matrix, the concept of micro-event is suggested as the recognition that contemporary art follows a performativity which can be correlated with History of Arte and its possibility as performativity of luminal zones, out of an stylistic context.