Escolas em Angola durante o Estado Novo: arquitectura e arte

Abstract

O investimento em Angola na criação de uma rede escolar liceal e técnico profissional foi parte da estratégia para o desenvolvimento de uma elite local. A arquitectura de promoção pública nas regiões ultramarinas, também interpretada como uma "arte institucional", contribuía, acreditava-se, para consolidar o espírito de unidade entre a metrópole e os territórios então sob administração portuguesa. Todavia os valores funcionais prevaleciam sobre os estéticos. Inicialmente, os projectos eram realizados por arquitectos recrutados na JCETS. Nos finais de 1944, foi criado em Lisboa o Gabinete de Urbanização Colonial, responsável por este tipo de equipamentos. Com a reforma de 1957, os projectos passaram a ser executados nas repartições provinciais. Esta passagem fortaleceu a consolidação de uma cultura moderna local em oposição ao desenho "conservador" dos arquitectos metropolitanos. Apresentam-se aqui casos de estudo levantados em Luanda, Lobito e Benguela.

In Angola, the investment in the creation of a school network concerning secondary and technical and professional levels was part of a strategy focused on the development of a local elite. The architecture of public promotion in the ultramarine regions, also interpreted as an "institutional art", was believed to contribute to consolidate the spirit of unity between the metropolis and the territories under Portuguese administration at that time. All the functional values prevailed upon aesthetics. Initially, the projects were in the hands of architects recruited in the JCETS. By the end of 1944, it was created in Lisbon the Office for the Colonial Urbanization, in charge of these equipments. With the reform of 1957, the projects started to be executed by provincial departments. This transition strengthen the consolidation of a modern local culture, in opposition to the "conservative" drawing of metropolitan architectures. The presented cases were collected in Luanda, Lobito and Benguela.