Hit Parade et subversion: la chanson française entre tradition et révolution dans les années 1960 et 1970

Abstract

Poderá a canção francesa ser considerada um reflexo das oposições, das tensões, dos conflitos que marcaram a sociedade e a cultura francesas nas décadas de 60 e 70? Poder-se-á em especial encontrar num corpus (provisório) de canções, em cerca de sessenta títulos que se inscrevem num contexto de conflito, uma oposição entre sensibilidades revolucionárias e um gosto pela tradição? Esta reflexão pretende evidenciar fenómenos de politização e despolitização da canção, por vezes chamada "canção de intervenção", bem como a presença de conflitos de outros tipos. A canção, "género menor" segundo Serge Gainsbourg, tem por vocação suscitar vastas adesões e amplos consensos. A oposição entre revolução e tradição é, deste modo, em larga medida, ultrapassada por uma autocelebração do género.

Could the French chanson be considered a reflection of the antagonisms, tensions and conflicts that characterized French society and culture in the 1960s and 70s? Would it be possible to find an opposition between revolutionary sensibilities and a fondness for tradition in a (provisional) corpus of songs of approximately sixty titles that are part of a context of conflict? This reflection aims to highlight the phenomenon of politicization and depoliticization of the chanson, at times called "intervention song" ("chanson engagée"), as well as the presence of conflicts of other kinds. The chanson, "a minor genre" according to Serge Gainsbourg, is capable of generating vast adherence and wide consensus. Therefore, the opposition between revolution and tradition is, to a large extent, surpassed by a self-celebration of the genre.