Please use this identifier to cite or link to this item: https://hdl.handle.net/10316.2/47178
Title: Para uma conceptualização evolucionista de saúde mental
Other Titles: An evolutionist conceptualisation of mental health
Authors: Urbano, Pedro
Keywords: Mental illness;epistemology;Evolutionism;Evolutionary psychology;History of science;Psychiatry;Maladie mentale;Épistémologie;Évolutionnisme;Psychologie Évolutionniste;Histoire de la science;Psychiatrie;Doença mental;Epistemologia;Evolucionismo;História da Ciência;Psicologia Evolucionista;Psiquiatria
Issue Date: 2019
Publisher: Imprensa da Universidade de Coimbra
Abstract: O problema epistemológico do critério de demarcação (entre o que é e o que não é doença mental) constitui um dos problemas fundamentais da Psicopatologia. Ao longo dos tempos foram-se sucedendo sucessivas formas de conceptualizar a doença mental, desde a tradição sobrenatural até ao manual DSM, que se impôs a nível mundial como a classificação oficial dos transtornos psiquiátricos. Todavia, nenhuma forma se revelou verdadeiramente satisfatória para a discriminação de tais transtornos. Nem sequer o DSM, espécie de glossário baseado em consensos validados estatisticamente, que traduz a liderança do pragmatismo norte- -americano sobre a Psiquiatria e a Psicologia e que parte de pressupostos discutíveis, em particular a assunção de que as suas diferentes entidades de diagnóstico possuem uma realidade subjacente natural e universal. Este artigo propõe prosseguir a via compreensiva (não apenas descritiva) iniciada por Karl Jaspers, agora numa perspectiva evolucionista. Procurando conhecer melhor o funcionamento natural dos mecanismos psicológicos, tais como foram «programados» ou «desenhados » pela Evolução; procurando conhecer igualmente as condições ambientais que fazem disparar tais mecanismos de forma disfuncional; e incorporando os valores culturais que definem que comportamentos desviantes são considerados doença mental. A conceptualização aqui proposta visa uma solução para o problema do critério de demarcação, buscando explicações mais adequadas para a compreensão dos fenómenos psiquiátricos.
Le problème épistémologique du critère de démarcation (entre ce qui est et ce qui n’est pas une maladie mentale) est l’un des problèmes fondamentaux de la psychopathologie. À travers les âges, diverses conceptualisations de la maladie mentale se sont succédées, de la tradition surnaturelle au très répandu DSM, aujourd’hui mondialement imposé comme la classification officielle des troubles psychiatriques. Cependant, aucune conceptualisation n’a (jusqu’à présent) été réellement satisfaisante pour la discrimination de tels troubles. Pas même le DSM, cette sorte de glossaire construit sur des consensus statistiquement validés, qui marque la suprématie (voire l’hégémonie) du pragmatisme américain sur la Psychiatrie et la Psychologie, et qui repose sur des hypothèses discutables, en particulier sur la supposition que les différentes entités de diagnostic qu’il définit ont une réalité sous- -jacente naturelle et universelle. Cet article propose de suivre la voie tracée par Karl Jaspers, concernant la compréhension (et non la simple description) des troubles psychiques, désormais dans une perspective évolutionniste. Cherchant à mieux connaître le fonctionnement naturel des mécanismes psychologiques, tels qu’ils ont été conçus par l’Évolution; cherchant également à connaître les conditions environnementales qui déclenchent ces mécanismes de manière dysfonctionnelle; et incorporer les valeurs culturelles qui définissent le comportement déviant comme une maladie mentale. Cherchant ainsi une solution au problème du critère de démarcation et des explications bien plus adéquates pour la compréhension des phénomènes psychiatriques.
The epistemological problem of the demarcation criterion (between what is and what is not a mental illness) is one of the fundamental problems of Psychopathology. Throughout the ages, various conceptualizations of mental illness succeeded each other, from the supernatural tradition up to the ubiquitous DSM, nowadays worldwide imposed as the official classification of psychiatric disorders. However, no conceptualization has (so far) been truly satisfactory for the discrimination of such disorders. Not even the DSM, a kind of glossary built on statistically validated consensus, which marks the supremacy (or even the hegemony) of American pragmatism over Psychiatry and Psychology, and which is founded on debatable assumptions, in particularly the assumption that the different diagnostic entities it defines have a natural and universal underlying reality. This article proposes to continue the journey initiated by Karl Jaspers, regarding the understanding (and not the mere description) of the phenomena in question, now in an evolutionary perspective. Seeking to know better the natural functioning of psychological mechanisms, such as they were ‘designed by Evolution’; seeking also to know the environmental conditions that trigger such mechanisms in a dysfunctional way; and incorporating cultural values that define deviant behavior as mental illness. Thus seeking a solution to the problem of the demarcation criterion and much more adequate explanations for the understanding of psychiatric phenomena.
URI: https://hdl.handle.net/10316.2/47178
ISSN: 1645‑3530
1647-8622 (PDF)
DOI: 10.14195/1647-8622_19_5
Rights: open access
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